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Sobre a Inclusividade

Amigos, Gato E Cão, Gatos E Cachorros

Hoje estou vivendo um conflito de inclusividade. E sei que precisarei resolver. A inclusão de um gato do vizinho que se recusa a voltar para a sua casa de origem e ficar na minha. A inclusão da possibilidade de ter um novo gato, ainda não vacinado e vermifugado, a inclusão da possibilidade de não ficar com ele sendo cuidadosa ao mesmo tempo.

Eu já tenho um gato, Nino,  que se recusa a recebe-lo, porque no fundo, quem se recusa a receber o novo sou eu. E já percebi isso. O campo que criamos, de inclusão ou exclusão é percebido por aqueles que convivem conosco.

Parece algo simples. E não é. Tenho vivido este dilema. O gato miava diariamente em minha porta. Moro na zona rural. Ele estava com fome e como não olhar para isto?

Me perguntei: e se fosse uma criança você acolheria ela? Ele está lhe pedindo ajuda. Então, resolvi alimentá-lo. Ele ficou mais meigo e foi se tornando espaçoso e desejoso de entrar na minha casa. Ele é agressivo comigo e com Nino, mesmo o alimentando, pois sei que no fundo ele quer amor e pertencer à família.

Esta parece uma conversa boba sobre um gato. E às vezes não damos o devido valor. Estou falando sobre possibilidade de inclusão do novo, do diferente.

É uma conversa intrapessoal, comigo, principalmente quando vou fazer uma caminhada. Converso sobre o respeito, sobre a inclusão do outro e de tudo que me cerca.

Esta relação com este novo ser, que apelidei de Zequinha, tem sido de muita reflexão. Até mesmo se desejo ou não tê-lo em minha casa. Ter mais um gato. E se não o desejo o que vou  fazer com ele deve ser humanamente correto.

Minha querida comadre, Vivina Machado, criadora do Método DGCC – Diálogo e Gestão Criativa de Conflitos me convida a refletir sobre as possibilidades. Me convida a me colocar no lugar do gato. E ela me pergunta: se fosse você ia querer ficar dentro ou fora da casa? Ora, mais que pergunta. Lógico que queria estar dentro. E internamente digo para mim: desta forma vou virar irmã Dulce. E como seria isto?

Não sei, ainda não tenho respostas. Sinto que este gato é muito carinhoso e como já citei, no fundo ele precisa  e quer amor.  Penso que tenho para ofertar a ele.

Ainda não contei a vocês que levei Zequinha para a propriedade de um vizinho que fica há quase 2 Km daqui. E Zequinha voltou. Não deve ser por acaso.

Zequinha me faz pensar sobre a inclusividade e os outros dois I´s citados no DGCC. A incerteza e a interdependência. Estou vivenciando o método literalmente.

Estou em dúvida se adoto mais um gato. Como  será recebido por quem já está em casa há mais de um ano? Onde ele vai dormir? Será que vai me acordar todos os dias como Nino faz?

Esta conversa me leva a refletir também sobre a interdependência. Será que é só Zequinha e Nino que dependem de mim? Com certeza não.

Os gatos são protetores, são meigos e amorosos. Nino me protege sempre. A última foi de um escorpião. Comeu todinho. Já me avisou que no meu quarto havia uma cobrinha, que não era venenosa. Então precisamos um do outro sim.

Esta não é simplesmente a história da inclusão ou não de um gato, é um fato que me leva a refletir o quanto o meu discurso está alinhado com as minhas ações. O quanto estou disposta a incluir o diferente.

E você? O quanto está disposto a incluir o diferente e respeitá-lo?

Mais tarde conto da minha decisão sobre o Zequinha.  

Artigo publicado no jornak Diário de Ilhéus em 07/06/2019

2 comentários

  1. Adote Zequinha…Por favor!!O saudoso jornalista Arthur da Távola tinha um texto em que dizia:”Gosto de gente que abraça.Gosto de gente que gosta de flores e da natureza.Gosto de gente que ama os animais.E eu tenho a impressão que é de gente assim que Deus também gosta”.

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