
Nos anos 80, em seu livro A terceira Onda, Alvin Toffler informava a todos os seus leitores o que seria a sociedade pós-moderna do século XXI, nos deixando atônitos e duvidosos do que iria acontecer na Era da informação.
E fomos, lentamente, presenciando tudo que ele nos contava. Então, veio a quarta onda, a onda do conhecimento e agora me parece a quinta onda. Qual será?
Em 1994 quando era ouvinte do mestrado em administração da UFBA – Universidade Federal da Bahia, a informação era que em 2024 a maioria das atividades e serviços existentes já não existiriam mais e que o trabalho iria ter prevalência sobre o emprego. Muitos empregos e empresas deixariam de existir para novos negócios surgirem trazendo facilidades e outras formas de nos relacionarmos. Achava aquilo demais!
E, todas as vezes que passamos por uma grande onda, o desejo é que ela passe logo para que tomemos fôlego para continuar.
Agora, imagine você passar por um vagalhão? Aquela onda que se forma em alto mar, quando ninguém espera que ela vai chegar? Quando existe uma falsa calmaria, e tudo por dentro está a fervilhar e de repente o gigante aparece?
E você, decide nadar contra a onda ou a favor da onda, para que ela não lhe pegue? Quem você acha que vai permanecer? Você ou a Onda?
O que fazer?
Quem nos ensina o que fazer são os surfistas. Surfar por cima da onda ou dentro da onda. Vejam que bacana. Para quem achava que não tinha nenhuma solução, de cara duas já se apresentaram.
Então vamos pensar juntos. O que poderia significar por cima ou por dentro, neste momento que vivenciamos este vergalhão? Onde tudo parece desmoronar?
Se você acha que eu vou lhe dar a resposta, se enganou literalmente. Porque eu não a tenho, ainda. A única resposta que tenho é que eu vou surfar. Irei a favor da onda e ainda não sei se por cima ou por dentro. Talvez, prefira surfar por cima da onda, por imaginar que a sensação de frescor seja melhor. Muitos podem escolher por dentro, por se sentirem protegidos pela própria onda ou até por se sentirem desafiados por ela no afã de permanecerem em pé. Para mim, são possibilidades.
Não sou eu quem irá lhe dar a resposta. Cada qual precisa perguntar-se, diante da condição em que se encontra o significado de cada possibilidade.
Quando tudo parece desmoronar, o surfista desliza na onda ou reaparece de dentro da própria onda. E é uma sensação de vitória contagiante, não é mesmo?
Que tal pensarmos desta forma?
Infelizmente, vivenciaremos muitas perdas pessoais e materiais. Já é um fato, extremamente impactante, e que nos trará muitas consequências que precisaremos reparar. E agora precisamos tomar medidas.
Firmar bem os pés no chão, tomar fôlego, gingar o corpo para lá e para cá, da mesma forma que um surfista se coloca em sua prancha para permanecer na onda evitando que ela o engula.
Neste momento, precisamos pensar que é a nossa vida e a de todos que precisa ser preservada. Muitos ficarão sem emprego, muitas empresas irão desaparecer. Infelizmente, esta é uma dura realidade.
Agora, é preciso compreender que com vida e juntos, podemos construir de outra forma. Porque da forma que estava já não nos serve mais. Neste momento de tanta vulnerabilidade, onde lidar com o invisível é um grande desafio, a melhor coisa é ficar em casa. O que você precisa agora é ter um lugar seguro para ficar, água e alimento para se sustentar.
Caso conheça alguém que esteja na falta destas três coisas, que são essenciais, vamos juntos ajudar. Pois sempre digo: juntos somos muitos.
E quando tudo parece desmoronar ao final, demonstraremos o quanto aprendemos a surfar nas ondas deste vasto mar que é a VIDA!
Eulina Lavigne é mãe de três filhos, administradora, escritora, poetiza, terapeuta clínica, consteladora familiar há 16 anos, especialista em trauma com a tecnica da Experiência Somática – SE.
Artigo publicado no jornal Diário de Ilhéus em 19/06/2020.
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