Este mês levantamos voo. Um voo ensinado pelas maritacas. Voamos juntos, voamos com movimentos cadenciados e afinados. Tão afinados que o movimento Preserva Ilhéus alcançou mais de vinte mil assinaturas na petição com uma série de demandas.
Estamos aprendendo que podemos operar juntos. Estamos aprendendo na prática a cooperar e resgatar o sentido de pertencimento.
Acordamos juntos e, de olhos bem abertos, começamos a ver quantas coisas deixamos de fazer pela nossa cidade. Como abandonamos a nossa casa e deixamos o prefeito praticamente sozinho neste cuidar.
Entendemos que assim fica muito pesado para ele, junto com a sua equipe dar conta de todas as demandas. Então, quem deve ajudá-lo neste processo de gestão é a população. A população precisa se fazer presente quando é convidada a participar das reuniões do Conselho Municipal, do Meio Ambiente, do Conselho de Saúde, Educação e por aí vai.
Eu costumo dizer que quando deixamos uma pessoa cuidando da nossa casa e nunca mais aparecemos, essa casa deixa de ser nossa, pois quem cuida dela se acha no direito de fazer o que entende ser o melhor, e normalmente para sí e não para todos, pois é mesmo um desafio agradar a gregos e troianos.
A pessoa designada a cuidar da casa muda os móveis do lugar, deixa de se preocupar com a limpeza, vende os móveis quando precisa de dinheiro, enfim, “toma conta do pedaço” e passa a entender que o mesmo lhe pertence.
Assim é com a cidade a qual nos sentimos pertencentes ou vinculados. Fica bem cuidada quando acompanhamos tudo que acontece com ela. E é impossível fazermos isto sozinhos dada as suas proporções.
E é exatamente isto que vinha acontecendo com a nossa linda Ilhéus. Quando nós, representantes da Sociedade Civil, deixamos de ocupar os espaços de governanças, os poucos que nos representam se tornam minorias e assim vamos perdendo o nosso poder de expressar o que vem a ser uma cidade harmoniosa, que preserva a natureza, o bem estar dos seus moradores e de fato olhar para o futuro das gerações vindouras.
Se você cidadão, se percebe parte do processo de construção do local onde vive e deixa claro para os gestores de que forma deseja o seu futuro e das suas gerações, o entendimento fica mais fácil. E o senso de responsabilidade se faz presente em todos, pois todos participam.
E assim deixamos de responsabilizar o prefeito, o secretário, o poder legistlativo e quem achar pela frente.
É mais fácil apontar o dedo para o outro do que para si.
E os gritos das maritacas nos ensinaram que primeiro o dedo precisa ser apontado para nós. O que estamos fazendo pelo lugar onde moramos?
Como desejamos este futuro para os nossos netos?
Pensando juntos podemos coOperar, operarmos juntos, com os gestores e construir juntos a Ilhéus que queremos nos seus 500 anos.
Desafio lançado!
Artigo publicado no Jornal Diário de Ilhéus em 24/07/2020
Eulina Menezes Lavigne é mãe de três filhos, escritora, poetisa, administradora, empreendedora social, terapeuta clínica, consteladora familiar há 16 anos, trabalha com trauma utilizando a técnica, naturalista e psicobiológica, SE – Experiência Somática.
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Boa reflexão. Voemos juntos!
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