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O perdão que liberta

É de senso comum de grande maioria das pessoas pregar o exercício do perdão, como sendo um ato de amor e de compaixão.

Quero aqui lhe convidar a ter a possibilidade de, a partir de agora, desenvolver um novo olhar sobre o perdão na perspectiva da Constelação Familiar, uma terapia sistêmica desenvolvida pelo alemão e psicopedagogo Bert Hellinger.

Para Bert, o pedido de perdão é algo ruim. Ele nos orienta a evitar pedir perdão. E afirma que um ser humano não tem o direito de pedir perdão e nem de perdoar.

Quando escutamos isto pela primeira vez, é assustador. A segunda vez, é solução para muitos dos nossos rancores e mágoas.

Segundo o entendimento de Bert, no ato de perdoar existe sempre um desnível de cima para baixo, que impede uma relação de igualdade. Se peço o perdão ao outro, eu deixo com o outro a responsabilidade sobre os meus atos. E se você diz para o outro “Eu sinto muito”, você se coloca em situação de igualdade frente ao outro. Assim você preserva a sua dignidade e fica mais fácil para o outro ir ao seu encontro do que se você lhe pedisse perdão.

Vou lhe dar um exemplo prático.

Uma cliente me conta que estava se deparando com uma raiva muito forte da sua mãe e que estava fazendo o exercício de perdoá-la. De imediato eu perguntei a ela: quero que você pense, quem deve perdoar quem. Ela ficou sem entender a pergunta.

E afirmei, se existe alguém que deve ser perdoada é você mesma. Você deve se perdoar.  Ela continuou sem compreender e lhe fiz uma outra pergunta.

Quem sentiu raiva da sua mãe? E ela de pronto me respondeu: Eu.

Então? Se você sentiu raiva da sua mãe, isto não é um problema da sua mãe. É um problema seu e, sendo seu, quem precisa resolver é você. Você precisa se perdoar por ter sentido raiva da sua mãe, e por ter usado esta raiva, ao longo da sua vida, como estratégia de sobrevivência.

Desta forma ela pôde perceber, que a mãe fez o que pôde por ela, refletindo valores e comportamentos que aprendeu também com os ancestrais dela. E que ela estava se colocando como um juiz da própria mãe, quando a julgava como má, por ter lhe causado raiva e a responsabilizando por isto.

E provavelmente, a mãe já falecida, nem deve ter tido conhecimento desta raiva, o que foi melhor assim. Pois, com certeza, a mãe iria entrar na dinâmica do perdão e iria tomar para si a responsabilidade de ter causado a raiva na filha. No entanto, a raiva pertence à filha e não a ela. Então, é com a filha que ela deve deixar a raiva.

Na vida, estamos sempre querendo buscar um algoz, um responsável por nossas ações, sentimentos e pensamentos e assim nos vitimizamos. E o lugar da vítima é um lugar de muito poder, pois mobiliza muitos chamando a atenção para si.  

Como uma criança ferida que, no fundo no fundo, pede o amor daquela mãe, que por algum motivo, não pôde lhe dar o tanto que gostaria e que precisava. E se observarmos, essa mãe também guarda dentro dela esta criança ferida e desta forma o campo familiar vai se alimentando e se mantendo.

Agora que você pode compreender um pouco a dinâmica do perdão, te convido também, a perdoar-se por todas as mágoas e rancores que guarda em seu coração.

Porque a vida é muito bela, e foi por meio desta vida que recebeu dos seus pais, e toda a sua linhagem, que você pode fazer dela o melhor que pode. E estes rancores que guarda dentro de você são impedimentos para que olhe para o aqui e agora e permita que a sua vida flua e que você seja a pessoa mais feliz do mundo.

Diga SIM à vida!

Eulina Menezes Lavigne é mãe de três filhos, escritora, poetisa, administradora, empreendedora social, agricultora orgânica, terapeuta clínica, consteladora familiar há 16 anos, trabalha com trauma utilizando a técnica, naturalista e psicobiológica, SE – Experiência Somática.

Para entrar em contato clique no link:

http://bit.ly/WhatsEulina

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